A S.F.U.A.P. foi agraciada com a Medalha de Ouro da Cidade de Almada, em 20 de outubro de 1989
A Sociedade Filarmónica União Artistica Piedense, fundada a 23 de outubro de 1889, por um grupo de residentes da Cova da Piedade , na sua maioria constituída por vários operários cortiçeiros, com objetivo principal de criar uma filarmónica, está hoje de parabéns, pela passagem do seu 131º Aniverário.
Além da música, a SFUAP, tem desenvolvido outras atividades, como:a biblioteca, a escola de música,o coro Infantil,o teatro, o cinema, os balies, o parque de campismo, a natação, a ginástica,o judo e a halterofilia.
A Sociedade Filarmónica União Artistica Piedense,tem vindo a promover e desenvolver actividades amadoras de caráter recreativo, desportivo e cultural, no âmbito da formação social dos seus sócios, não obstante as dificuldades levadas a cabo pela P.I.D.E. na década de 1960, com a distruição de ficheiros e documentos da história da coletividade.
A partir da década seguinte, a coletividade reencontra um período de expansão socio- cultural que hoje se mantém em todos os campos da sua atividade, com destaque para as escolas de natação,onde Têm "nascido" campeões nacionais e internacionais.
Ao longo da sua vida associativa, a Sociedade tem sido agraciada com diplmas de honra,homenagem, mérito e agradecimentos, nomeadamente da Federação Portuguesa das Coletividades de Cultura e Recreio e de outras entidades e associações locais e nacionais.
A S.F.U.A.P. foi agraciada com a Medalha de Ouro da Cidade de Almada, em 20 de outubro de 1989,quando das comemorações do seu centenário «ao serviço da cultura e do povo».As manifestações desportivas -culturais, as comemorações do 25 de Abril e do 1º de Maio,as ações a favor da paz e do desarmamento, as exposições de arte e artesanato, as conferências e jornadas de caráter sócio-cultural,os espetáculos de música, canto e poesia, têm contribuído para o elevado nível humanístico da comunidade.
Fundadores: Domingos da Saúde, Daniel Andrade, José António Gomes, António Pais Padrão, Manuel Tavares, António Xavier de Araújo, Carlos Ayrens [Ahrens], António Pedroso, Francisco Caramelo e Artur Ferreira Paiva.
HISTÓRIA
Os efeitos da radical alteração criada pela Revolução Industrial (séculos XVIII e XIX, 1760 – 1820), com a invenção sucessiva de ferramentas mecânicas e motores cada vez mais eficientes, permitiram o fabrico (rápido) de artigos em série, anteriormente de exclusiva elaboração artesanal (lenta), provocou no Homem uma mentalidade mais exigente, eivada de novas ideias e mais evoluídos anseios.
Perto de meio século após, os ventos da modernidade soprados pela revolução Industrial, operada a partir da Grã-Bretanha, varreram toda a Europa e, paulatinamente, chegaram ao nosso País.
A maior produção conduziu inevitavelmente à acumulação de capitais e ao desenvolvimento da classe burguesa tendo como consequência a exploração dos trabalhadores que para se escudarem constituíram as suas organizações, agregando as várias profissões na defesa dos seus interesses de classe, passo decisivo para o surgimento dos sindicatos.
A Cova da Piedade, ao longo das diferentes épocas do seu processo histórico teve sempre uma profunda ligação ao Rio e ao Campo. Porém, a partir de então essas actividades cederam o lugar de primazia ao operariado urbano, ante o fluxo da recém-chegada indústria mecanizada.
O primeiro evento que se conhece dessa transformação técnica data de meados do século XIX; a construção de uma estrutura mecânica, um moinho de maré na zona de Mutela.
Em 1865 o seu proprietário, Manuel José Gomes, industrial moageiro, mandou construir uma Fábrica de Moagem, accionada por máquinas a vapor permitindo aumentar substancialmente a produção de farinha contribuindo assim, de modo decisivo para o arranque da Revolução Industrial em Portugal.
A progressiva alteração do tecido social e urbano, motivada também pela deslocação dos trabalhadores rurais para a zona ribeirinha: Margueira, Mutela e Caramujo, concentrou populações antes dispersas pelos campos do interior. Aos poucos vai surgindo a ideia do associativismo e da sua força colectiva como forma de evolução do novo trabalhador, através das Artes e do Ensino.
Um novo espírito de classe foi consciência obtida pela actual situação.
Era agora necessário interessar o Homem nos valores que proporcionassem a sua ascensão cultural.
Imperava a vontade dos Homens movida pela necessidade geradora do Progresso!
Criar uma Colectividade como ponto de Reunião era função primordial a tais intentos.
De um grupo alargado de consciências mais abertas para o FUTURO, logo 12 dos mais audazes e determinados foram nomeados para a tarefa e missão que se impunha:
– Fundar uma escola primária para as crianças, filhos dos trabalhadores, e mais tarde também para os adultos e uma Banda de Música Filarmónica, eram as prioridades iniciais, pouco depois ampliadas à criação de um Grupo de Teatro e uma Biblioteca.
Estas foram, entre outras, algumas das fundamentais conjunturas que proporcionaram em 23 de Outubro de 1889 a fundação da prestigiosa Sociedade Filarmónica União Artística Piedense.
Fundadores: Domingos da Saúde, Daniel Andrade, José António Gomes, António Pais Padrão, Manuel Tavares, António Xavier de Araújo, Carlos Ayrens [Ahrens], António Pedroso, Francisco Caramelo e Artur Ferreira Paiva.
Fonte: SFUAP